segunda-feira, 15 de junho de 2015

BUSCA




Tenho andado distraído, impaciente e indeciso... De repente, citando essa mágica canção da Legião Urbana, me percebo em um labirinto de emoções. A busca pela ansiada resposta (ou seriam respostas?), tem me tirado do prumo, me deixado confuso e, em verdadeiro contrassenso, tem me conduzido em direção oposta ao local a que viso chegar. Minhas teorias, minhas palavras, meus entendimentos sobre todas as coisas, tudo aquilo que tento passar a quem me pede ajuda, são esquecidos quando me pego preso neste turbilhão causado pela ausência daquilo que tanto quero... E não quero muito; apenas ser inteiro, ao mesmo tempo em que construo outra integridade, também esperada, não por mim, desta vez, mas por quem, assim como eu, deseja a completude. Abstrato dizer tudo isso... Mas não há outro caminho, posto abstrato igualmente ser o que carrego. Preciso escrever, pois, ainda que o texto seja arquitetado com vagueza, porque tornar as coisas reais significa expulsá-las de você, pra que elas possam ser de alguém! Eu me rendo, então, às letras, frases e ideias... Ainda que soltas e reticentes! Entendo que o caminho é longo e que, mantendo a fé, logo o fim (ao menos deste trecho), chegará. Entretanto, é inevitável não se desanimar, ainda mais quando por tanto tempo já caminho nesta mesma senda, nesta interminável jornada. Tudo bem, compreendo: quanto mais duros os percalços e obstáculos, maior a recompensa! Mas já estou estafado, expelindo os estertores da corrida, com câimbras e um cansaço descomunal. Só me resta mesmo a fé; já não tão inabalável, mas, ainda, resistente... Ou resiliente. Até quando, com resposta sincera, não sei. O que me resta, é apenas persistir. O discurso é o mesmo e já se repete por vezes, porquanto não há outra alternativa mesmo a escolher e a reiteração até mesmo fortalece os nervos, como se fosse um mantra mágico. A resiliência também me vem a partir da certeza (ao menos moral), que, nesta viagem não me encontro sozinho. Há outros como eu e com objetivos simpáticos. Consigo perceber nos olhares dos passantes a mesma busca, o mesmo interesse... Mas, mesmo assim, não consigo os alcançar e a resposta, ou explicação, a esse fracasso, certamente me vem de traumas inexplicáveis que carrego comigo e compõe, até seu definitivo ocaso, aquilo que sou neste momento. Mas persisto, e o faço já não mais caminhando, mas correndo, porque, se o final existe, que me venha breve e definitivo.

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