quarta-feira, 17 de junho de 2015

COMO LIBERTAR-SE DE VELHOS HÁBITOS E VIVER EM PAZ.




O Zen-Budismo sem dúvida alguma, é um dos melhores caminhos que levam ao autoconhecimento e, assim, também, ao mundo espiritual. Sua forma, ou, melhore, "não forma", é simples, porém, de apreensão complexa; a que só se pode alcançar, caminhando, com serenidade, perseverança e treinamento. Entretanto, desde já, fica este valioso manual de como se tornar alguém melhor e contributivo, para seu próprio espírito e para os demais, com quem convivemos.
Força e fé sempre pelo caminho!

1. Não adorarei e não me vincularei a nenhuma doutrina, teoria ou ideologia, mesmo o budismo. Considero todo sistema de pensamento um guia ao longo da vida, e não considero nenhum deles como a verdade absoluta.

2. Não acreditarei que a consciência que atualmente possuo seja a verdade absoluta e imutável. Não terei uma mente estreita, ligada às minhas opiniões atuais. Praticarei o não-ligamento às opiniões para permanecer aberto ao ponto de vista dos outros. A verdade se encontra na vida, não nas noções intelectuais. Me manterei sempre disponível a aprender da vida, observando constantemente a realidade em mim mesmo e no mundo.

3. Não constringirei com nenhum meio outras pessoas, inclusive as crianças, a adotar as minhas opiniões, nem com a autoridade, nem com a ameaça, o dinheiro, a propaganda e muito menos com a educação. Em vez disso, através do diálogo compassivo, ajudarei os outros a abandonar o fanatismo e o fechamento mental.

4. Não evitarei o contato com o sofrimento, não fecharei os olhos diante da dor. Não perderei nunca a consciência de que o sofrimento é ainda presente no mundo. Procurarei estar próximo a todos aqueles que sofrem, com todo tipo de meios: contatos pessoais, visitas, imagens, sons. Assim, acordarei a mim mesmo e os outros à realidade do sofrimento no mundo.

5. Não acumularei riqueza enquanto milhões de homens sofrem de fome. Não colocarei como objetivo da minha vida a fama, o lucro, as riquezas ou o prazer dos sensos. Viverei de modo simples, compartilhando tempo, energia e recursos materiais com aqueles que estão necessitados.

6. Não alimentarei raiva e ódio. Se apenas raiva e ódio insurgirem, praticarei a meditação sobre a compaixão com o objetivo de compreender profundamente a pessoa que os causou. Me exercitarei a olhar os outros seres com os olhos da compaixão.

7. Não me dispersarei nas distrações e nos múltiplos estímulos externos. Praticarei a meditação para recompor corpo e mente, para desenvolver a consciência, a concentração e a compreensão.

8. Não pronunciarei palavras que possam criar discórdia e causar fraturas na comunidade. Farei todo o possível para reconciliar e resolver os conflitos, inclusive o menor deles.

9. Não direi palavras mentirosas por interesse pessoal ou para impressionar os outros. Não pronunciarei palavras que causem divisão e ódio. Não difundirei notícias das quais eu mesmo não tenho certeza. Não criticarei e não condenarei aquilo de que não sou seguro. Falarei sempre de modo verdadeiro e construtivo. Terei coragem de me pronunciar abertamente em todos os casos de injustiça, também quando isso possa ameaçar a minha segurança pessoal.

10. Não usarei a comunidade para vantagem ou proveito pessoal, e não procurarei transformá-la num partido político. Enquanto membro de uma comunidade religiosa, assumirei, no entanto, uma firme posição contra a opressão e a injustiça, e me esforçarei para mudar a situação sem cair em conflitos partidários.

11. Não exercitarei uma profissão prejudicial aos homens ou à natureza. Não investirei dinheiro em atividades econômicas que privem outras pessoas de recursos vitais. Escolherei um trabalho em harmonia com a realização do meu ideal de compaixão.

12. Não matarei e não permitirei que outros matem. Me servirei de todos meios para proteger a vida e prevenir a guerra.

13. Não me apropriarei daquilo que por direito pertence a outros. Respeitarei a propriedade alheia, mas lutarei para que ninguém se enriqueça provocando sofrimento aos homens e aos seres viventes.

14. Não maltratarei o meu corpo e o tratarei com respeito, sem considerá-lo um simples instrumento. Conservarei as energias vitais (do sexo, da respiração e do espírito) para a realização do Caminho. Me absterei da sexualidade que não comporte amor e empenho recíproco. Considerarei os relacionamentos sexuais consciente do sofrimento que podem provocar. Serei plenamente consciente da responsabilidade de pôr no mundo novas vidas, e meditarei a respeito do mundo no qual pretendo fazer nascer novos seres.

(Thich Nhat Hanh – Monge budista do Vietnam, pacifista e escritor).

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