domingo, 22 de novembro de 2015

A MENINA DOS OLHOS BRILHANTES (I).







Menina dos olhos brilhantes, já é hora!
A vida começa a te chamar.
Menina dos olhos brilhantes, cresça!
Você também pode experimentar.
Menina dos olhos brilhantes, sofra!
A dor é parte do respirar.
Menina dos olhos brilhantes, chore!
Lágrimas compõem o desabrochar.
Menina dos olhos brilhantes, sorria!
Entre o fracasso e o sucesso existe um limiar.
Menina dos olhos brilhantes, sinta!
Não racionalize o seu desejar.
Menina dos olhos brilhantes, não abuse!
O metal e o vidro você precisa harmonizar.
Menina dos olhos brilhantes, simplesmente, viva!
Cresça, sofra, chore, sorria, sinta e não abuse...
Planos de fuga não mais use.

A MENINA DOS OLHOS BRILHANTES (II).







A menina dos olhos brilhantes, agora, não tem mais tempo de ser triste.
Anda cortando o vento com o nariz em riste.
Seus olhos brilham, agora, não de molhados.
Resplandecem a intensa luz dos anjos alados.
Agora, por todo mundo é vista.
Não há só um mortal que resista.
Não senta mais, agora, no banco da praça.
Anda por aí distribuindo sua graça.
Não olha mais, agora, para o vazio.
Aquece o mundo do intenso frio.
Os passantes, agora, não mais indagam os seus.
Perguntam-na sobre as coisas do mundo de Deus.
Seus dias, agora, não mais são noite.
Seu sorriso, para a dor, tornou-se um açoite.
O Poste, agora, pergunta para onde vai.
Mas, como um dever, ela simplesmente sai.
É certo que irá agora.
Mas o que deixará depois que for embora?
Alguém ousou olhar?
Alguém ousou perguntar?
Alguém ousou amar?
E a menina dos olhos brilhantes
Com sua caixinha de diamantes,
Um dia, do Poste, irá se lembrar?