É... estou escutando agora Metal Contra as Nuvens, música da Legião Urbana, disco V, e que todos, sem exceção, todos(!), deveriam ouvir de vez em quando. Ela me veio assim meio que de repente, em um momento propício, logo após eu ter me encontrado com um monte de gente canalha e desonesta. Gente que me deixou irado, deixou desapontado. Esse tipo de embate me desgata bastante, por vários motivos: seja porque, quando irado, falo tudo o que penso e sou taxado de deselegante, seja porque, quando irado, falo a verdade e aquilo que o outro não está disposto a ouvir, seja porque eu, simplesmente, fico puto e desiludido. Mas, felizmente, como aprendi há muito tempo, e como essa canção me reensina, tal desânimo não dura muito, pelo contrário, é sempre transformado, reciclado em boas energias, em vontade de recomeçar, em desejo de conquistar. A raiva, pra mim, representa uma força viva e pulsante que me impele pra frente. Ela, todavia, precisa ser contida e bem trabalhada pra se tornar tal elã, senão, certamente, vai tomar conta de você e, ao invés de ser producente, vai te prejudicar mais ainda. Logo, quando num momento em que você é compelido a ser "deselegante", perderá sua razão se agir descomedidamente e sairá da batalha derrotado, mesmo tendo total razão e boas chances de vencê-la. Aprender a controlar o impulso, pois, é de vital importância para o bom combate! Não acredito que devamos ser covardes e não lutar. A vida, se conceituada como algo pulsante e dinâmico, não pode ser vista sem a consciência de se estar sempre lutando. Não digo luta no sentido meramente bélico, em que pese tal alusão se encontrar também inserida no contexto, mas, sim, algo que vai além, algo que se estabelece em nível pessoal, interno e externo. A luta, pois, é algo inerente à existência humana e indissociável da vida. A luta, pois, é aquilo que te faz crescer, amadurecer, engrandecer-se e se aproximar mais dos propósitos da própria vida. Entretanto, entender a luta, aprender como lutar, quando lutar, onde lutar, contra quem lutar é a verdadeira batalha que se trava antes mesmo do combate. Depois disso, apenas se luta quando verificadas as possibilidades reais de se lograr a vitória e, assim, nenhum combate será em vão, mas, sim, revestido de concretas chances de implemento. Lute contra si mesmo, então, num primeiro momento e antes até de lutar contra tudo e todos. Reverta o processo! Batalhe contra seu ego, contra sua suposta natureza e essência. Conheça-se sem acreditar que já se conhece. Desvende o caminho. Como me lembra sempre um grande e velho amigo: "Aquele que é contra nós fortalece nossos nervos e aprimora nossas qualidades. Nossos inimigos trabalham por nós." (Edmund Burke). Força e fé sempre pelo caminho.
Em constante (re)construção, escrevo pra eu me fazer de besta, sentado no canto do desabafo, no mundo do coração cansado.
sábado, 17 de outubro de 2015
A VIDA COMO UM TECLADO.
Ultimamente tenho me surpreendido com meus "espaços".
Por vezes, corrigindo erros, meu fluxo é interrompido por "backspaces".
Não me furto ao "F5", tão-pouco vivo sem um esperado "enter".
De "vírgula" em "vírgula", construo meus momentos.
Avanço rápido com um "tab"... e, assim, lá vem, de novo, o "backspace"!
Às vezes cresço com um "capslock", mas basta um "esc" pra voltar ao normal.
Entre "pages ups" e "pages downs" vou e volto constantemente.
Não paro nem mesmo ao "hibernar".
Mudo de direção na velocidade de um "alt + tab".
Com um "shift", sempre me levanto pela manhã,
Mas à noite me fecho com um célere "alt + F4".
Alcanço memórias guardadas com uma "tecla de acesso rápido".
"Interrogo-me"! "Exclamo-me"! Posto-me "reticente".
Entre "parênteses", escondo-me bem guardado,
Em que pese faltar-me todo o "teclado".
Possuo um "alfabeto" inteiro de motivos pra não ser "igual".
E acionando o "del", coloco meu "ponto final".
Por vezes, corrigindo erros, meu fluxo é interrompido por "backspaces".
Não me furto ao "F5", tão-pouco vivo sem um esperado "enter".
De "vírgula" em "vírgula", construo meus momentos.
Avanço rápido com um "tab"... e, assim, lá vem, de novo, o "backspace"!
Às vezes cresço com um "capslock", mas basta um "esc" pra voltar ao normal.
Entre "pages ups" e "pages downs" vou e volto constantemente.
Não paro nem mesmo ao "hibernar".
Mudo de direção na velocidade de um "alt + tab".
Com um "shift", sempre me levanto pela manhã,
Mas à noite me fecho com um célere "alt + F4".
Alcanço memórias guardadas com uma "tecla de acesso rápido".
"Interrogo-me"! "Exclamo-me"! Posto-me "reticente".
Entre "parênteses", escondo-me bem guardado,
Em que pese faltar-me todo o "teclado".
Possuo um "alfabeto" inteiro de motivos pra não ser "igual".
E acionando o "del", coloco meu "ponto final".
domingo, 11 de outubro de 2015
Sobre Música.
Não consigo conceber minha vida
sem a música. Tenho sempre uma trilha sonora pra algum momento que me guarda em
si. Triste ou feliz; absorto ou displicente... Sempre a música está lá. Eu me
perco nas letras, me envolvo com as melodias. Sou um músico frustrado e,
simplesmente, gosto do som. Não pesquiso ou procuro saber tudo de todos os
músicos. Geralmente só ouço aquilo que me dá prazer e me chama a atenção. Não
sigo a moda e repito, quase sempre, as mesmas canções. Entretanto, não me vejo
sem um "barulho"! Eu leio as letras, interpreto as construções, me torno amigo
dos caras, vejo sentido nas sutilezas e construo teorias sobre o que queriam
dizer... Tudo em vão! Nunca acerto... O sentido é sempre outro. Mas, enfim, não
me importa, mesmo porque, como disse o Humberto Gessinger certa vez: quando o músico canta pela primeira vez sua música, perde seus direitos e todo ouvinte se torna construtor de um sentido diferente pra letra... Foi algo assim. O que me importa é que meu mundo só é completo com alguma trilha
sonora que me faça sentido. Não tenho estilo. Gosto de música. Claro! Tenho
meus preferidos e eleitos pra que eu compre um CD ou gaste uma puta grana com
um show lá do outro lado do País. Nada mais vantajoso, porque assim, ao menos
quanto ao quesito “música”, eu me vejo completo e plenamente satisfeito. Bem,
se você, da mesma forma que eu, ao assistir a uma banda tocando fica parado,
percebendo cada instrumento, cada gesto, acorde, frase e expressão, fica agora
esse grande e inigualável conjunto: Dave Matthews Band; que é muito melhor ao vivo
do que nas gravações e abusa, sem dó, do Jazz Fusion. Aproveite!! Força e fé
sempre pelo Caminho!
P.S.: Esse vídeo está num dos
canais que mais gosto e se refere a um dos shows em que mais viajo!
Canal: ChesterCopperpot5
Diálogo com o Medo.
“[Eu]
- Diga
que eu não posso.
Clame
aos quatro ventos as minhas limitações.
Grite que
sou incapaz.
Urre
meus erros.
Não
importa!
Eu vou
vencer!
[Medo]
- Vencer?
Como?
Sois
fraco, pequeno, limitado.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Pare
de se enganar. De mentir para sim mesmo.
Sois
igual aos outros.
Fazes
parte da massa plebéia amedrontada.
Tranca
tuas portas.
Apaga
tuas luzes.
Sedes
imperceptível.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Não me
tomas por inimigo.
Não
sou arquétipo.
Sou
reflexo da tua insegurança.
Fruto
dos teus temores.
Alimento-me
dos teus pesadelos.
Acredite
em mim.
Sou
tua carne e teu ser.
Eu sei
que não és capaz.
Recua.
Desiste. Não quero que te firas.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Pares
de ser teimoso.
Será
que não percebes o quão insano estais sendo?
Este caminho
não é para ti.
Já
tens algo. Pouco, mas teu.
Não
arrisca. Não avança. Não acredita em paisagens longínquas.
Vive
nas limitações do que te é seguro.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Pare de romper muralhas.
- Pare de romper muralhas.
As pedras
desabarão sobre ti.
Pare
de enfrentar oceanos.
Irás
se afogar em mares revoltos.
Não te
posta diante das multidões.
Serás
tragado pela turba ensandecida.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Desacelera.
Vá
mais devagar.
Com
estes passos firmes e esta fé inabalável,
Eu não
consigo caminhar ao teu lado.
Reduz
a marcha.
Carrega-me
em teus ombros.
Sou
parte de você.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Volta!
Já
estais muito distante de mim.
Eu sou
teu medo.
Sou
tua cria.
Não
posso ser abandonado.
[Eu]
- Eu vou
vencer!
[Medo]
- Volta!
Tua
silhueta está desaparecendo do meu horizonte.
Como
irei sobreviver sem tolher teus sonhos?
Sem
turvar tua vista?
Sem
dilapidar teu coração?
Volta!
Não me
deixa!
Lá na
frente só existe a paz e o acalanto da vitória.
Não me
troque por esperanças!
- Volta.
Eu sou teu medo...
Volta.
Eu sou teu...
Volta.
Eu sou...
Volta...”
(Geovane
Moraes)
terça-feira, 6 de outubro de 2015
O que eu também não entendo...
O que eu também não entendo:
temos um ministro da justiça, que não é Ministro da Justiça. Enquanto a
insegurança pública cresce, ameaçando a estabilidade social, preocupa-se em ser
advogado da atual gestão político-administrativa, tal qual fosse cabo eleitoral.
Certamente, a defesa jurídica não é papel do cargo que ocupa. Cabe, sim, a ele,
entre outros múnus, avaliar as causas da crescente crise social, que provoca
marginalização de pessoas, as quais são excluídas das oportunidades e da
efetivação dos direitos sociais garantidos pela Constituição Republicana, que,
diga-se de passagem, ontem, dia 05 de outubro, completou 27 anos. Paralelamente
a essa canhestra atuação, a qual, sem dúvidas, já lhe rende, ao menos, um bom
questionamento da lisura com que exerce seu posto, pesquisa é publicada dando
conta que a Polícia mata cerca de 3.000 pessoas por ano, colocando-nos entre os
países mais violentos do mundo, em comparação, por exemplo, com o Reino Unido
(a mesma iniciativa não disse quantos policiais são mortos no cumprimento do
dever). Ora, nada mais óbvio! A Polícia enfrenta uma guerra civil não declarada
que vitima todo e qualquer tipo de cidadão e, em uma guerra, outra postura não
existe senão a violência, porque a diplomacia já não guarda mais lugar. Não
defendo tal descalabro, mas, perceba: isso é uma constatação fática que
independe de prova. A violência está no cotidiano e os números são compatíveis
com cenários de guerra. É certo que desvios existem; mas certo também que devem
ser coibidos e, pra isso, existem as instituições especiais que não devem
folgar com os criminosos, ainda que participantes de seus próprios quadros.
Todavia, o julgamento deve levar em conta, também, a falada situação bélica
velada. É o desenvolvimento social o único propósito (art. 3.º, da Constituição
da República), que pode, de um modo global, reduzir a violência em níveis
toleráveis (sim, porque neste mundo sempre haverá violência!), e realizar, não
artificialmente, mas de verdade, os desejosos direitos sociais pelos quais a população
tanto anseia. Avaliações parciais e incompletas, comparando realidades
diametralmente opostas, não servem, senão, para arraigar o desvio de foco e
contribuir para que a solução da controvérsia continue a se situar ao longe,
servindo de matéria-prima a politiqueiros e oportunistas que enxergam no caos
social o momento ideal para levar vantagem. O que precisamos: substituir a
ideologia bipolarizada e conveniente das bandeiras atuais, por uma análise
crítica e científica (pressupondo imparcialidade e objetivando a melhor solução
pra Sociedade), com base na ciência da Criminologia e não no Direito Penal, que
visa, apenas punir o crime já cometido, com vistas a se identificar as causas e
métodos eficazes de prevenção da violência, em curto, médio e longo prazos...
Mas sei que isso, ainda, é utopia, já que é mais sedutor à população o
sentimento de vingança e não de Justiça... Porém, enquanto utopia, serve para
nos fazer caminhar!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
... Recomeçar...
O olhar, o toque, o cheiro.
A espera pelo demorado beijo.
A angústia pelo tempo ligeiro.
O sonho sonhado de modo fagueiro.
O amigo de cabelo vermêio.
Duas músicas em sequência num tempo veloz.
O nó na garganta que retira a voz.
A vontade de conversarmos a sós.
A incerteza daquilo que será de nós.
A vida fluindo pelo tortuoso veio.
O vento aplacando a beira-mar.
O medo que insiste em te roubar.
A vontade que tenho de tudo isso contar.
Mas apenas me resta... recomeçar.
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