sábado, 17 de outubro de 2015

METAL CONTRA AS NUVENS.




É... estou escutando agora Metal Contra as Nuvens, música da Legião Urbana, disco V, e que todos, sem exceção, todos(!), deveriam ouvir de vez em quando. Ela me veio assim meio que de repente, em um momento propício, logo após eu ter me encontrado com um monte de gente canalha e desonesta. Gente que me deixou irado, deixou desapontado. Esse tipo de embate me desgata bastante, por vários motivos: seja porque, quando irado, falo tudo o que penso e sou taxado de deselegante, seja porque, quando irado, falo a verdade e aquilo que o outro não está disposto a ouvir, seja porque eu, simplesmente, fico puto e desiludido. Mas, felizmente, como aprendi há muito tempo, e como essa canção me reensina, tal desânimo não dura muito, pelo contrário, é sempre transformado, reciclado em boas energias, em vontade de recomeçar, em desejo de conquistar. A raiva, pra mim, representa uma força viva e pulsante que me impele pra frente. Ela, todavia, precisa ser contida e bem trabalhada pra se tornar tal elã, senão, certamente, vai tomar conta de você e, ao invés de ser producente, vai te prejudicar mais ainda. Logo, quando num momento em que você é compelido a  ser "deselegante", perderá sua razão se agir descomedidamente e sairá da batalha derrotado, mesmo tendo total razão e boas chances de vencê-la. Aprender a controlar o impulso, pois, é de vital importância para o bom combate! Não acredito que devamos ser covardes e não lutar. A vida, se conceituada como algo pulsante e dinâmico, não pode ser vista sem a consciência de se estar sempre lutando. Não digo luta no sentido meramente bélico, em que pese tal alusão se encontrar também inserida no contexto, mas, sim, algo que vai além, algo que se estabelece em nível pessoal, interno e externo. A luta, pois, é algo inerente à existência humana e indissociável da vida. A luta, pois, é aquilo que te faz crescer, amadurecer, engrandecer-se e se  aproximar mais dos propósitos da própria vida. Entretanto, entender a luta, aprender como lutar, quando lutar, onde lutar, contra quem lutar é a verdadeira batalha que se trava antes mesmo do combate. Depois disso, apenas se luta quando verificadas as possibilidades reais de se lograr a vitória e, assim, nenhum combate será em vão, mas, sim, revestido de concretas chances de implemento. Lute contra si mesmo, então, num primeiro momento e antes até de lutar contra tudo e todos. Reverta o processo! Batalhe contra seu ego, contra sua suposta natureza e essência. Conheça-se sem acreditar que já se conhece. Desvende o caminho. Como me lembra sempre um grande e velho amigo: "Aquele que é contra nós fortalece nossos nervos e aprimora nossas qualidades. Nossos inimigos trabalham por nós." (Edmund Burke). Força e fé sempre pelo caminho.



A VIDA COMO UM TECLADO.




Ultimamente tenho me surpreendido com meus "espaços".
Por vezes, corrigindo erros, meu fluxo é interrompido por "backspaces".
Não me furto ao "F5", tão-pouco vivo sem um esperado "enter".
De "vírgula" em "vírgula", construo meus momentos.
Avanço rápido com um "tab"... e, assim, lá vem, de novo, o "backspace"!
Às vezes cresço com um "capslock", mas basta um "esc" pra voltar ao normal.
Entre "pages ups" e "pages downs" vou e volto constantemente.
Não paro nem mesmo ao "hibernar".
Mudo de direção na velocidade de um "alt + tab".
Com um "shift", sempre me levanto pela manhã,
Mas à noite me fecho com um célere "alt + F4".
Alcanço memórias guardadas com uma "tecla de acesso rápido".
"Interrogo-me"! "Exclamo-me"! Posto-me "reticente".
Entre "parênteses", escondo-me bem guardado,
Em que pese faltar-me todo o "teclado".
Possuo um "alfabeto" inteiro de motivos pra não ser "igual".
E acionando o "del", coloco meu "ponto final".


domingo, 11 de outubro de 2015

Sobre Música.





Não consigo conceber minha vida sem a música. Tenho sempre uma trilha sonora pra algum momento que me guarda em si. Triste ou feliz; absorto ou displicente... Sempre a música está lá. Eu me perco nas letras, me envolvo com as melodias. Sou um músico frustrado e, simplesmente, gosto do som. Não pesquiso ou procuro saber tudo de todos os músicos. Geralmente só ouço aquilo que me dá prazer e me chama a atenção. Não sigo a moda e repito, quase sempre, as mesmas canções. Entretanto, não me vejo sem um "barulho"! Eu leio as letras, interpreto as construções, me torno amigo dos caras, vejo sentido nas sutilezas e construo teorias sobre o que queriam dizer... Tudo em vão! Nunca acerto... O sentido é sempre outro. Mas, enfim, não me importa, mesmo porque, como disse o Humberto Gessinger certa vez: quando o músico canta pela primeira vez sua música, perde seus direitos e todo ouvinte se torna construtor de um sentido diferente pra letra... Foi algo assim. O que me importa é que meu mundo só é completo com alguma trilha sonora que me faça sentido. Não tenho estilo. Gosto de música. Claro! Tenho meus preferidos e eleitos pra que eu compre um CD ou gaste uma puta grana com um show lá do outro lado do País. Nada mais vantajoso, porque assim, ao menos quanto ao quesito “música”, eu me vejo completo e plenamente satisfeito. Bem, se você, da mesma forma que eu, ao assistir a uma banda tocando fica parado, percebendo cada instrumento, cada gesto, acorde, frase e expressão, fica agora esse grande e inigualável conjunto: Dave Matthews Band; que é muito melhor ao vivo do que nas gravações e abusa, sem dó, do Jazz Fusion. Aproveite!! Força e fé sempre pelo Caminho!

P.S.: Esse vídeo está num dos canais que mais gosto e se refere a um dos shows em que mais viajo!

Diálogo com o Medo.





“[Eu]
- Diga que eu não posso.
Clame aos quatro ventos as minhas limitações.
Grite que sou incapaz.
Urre meus erros.
Não importa!
Eu vou vencer!

[Medo]
- Vencer? Como?
Sois fraco, pequeno, limitado.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Pare de se enganar. De mentir para sim mesmo.
Sois igual aos outros.
Fazes parte da massa plebéia amedrontada.
Tranca tuas portas.
Apaga tuas luzes.
Sedes imperceptível.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Não me tomas por inimigo.
Não sou arquétipo.
Sou reflexo da tua insegurança.
Fruto dos teus temores.
Alimento-me dos teus pesadelos.
Acredite em mim.
Sou tua carne e teu ser.
Eu sei que não és capaz.
Recua. Desiste. Não quero que te firas.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Pares de ser teimoso.
Será que não percebes o quão insano estais sendo?
Este caminho não é para ti.
Já tens algo. Pouco, mas teu.
Não arrisca. Não avança. Não acredita em paisagens longínquas.
Vive nas limitações do que te é seguro.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Pare de romper muralhas.
As pedras desabarão sobre ti.
Pare de enfrentar oceanos.
Irás se afogar em mares revoltos.
Não te posta diante das multidões.
Serás tragado pela turba ensandecida.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Desacelera.
Vá mais devagar.
Com estes passos firmes e esta fé inabalável,
Eu não consigo caminhar ao teu lado.
Reduz a marcha.
Carrega-me em teus ombros.
Sou parte de você.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Volta!
Já estais muito distante de mim.
Eu sou teu medo.
Sou tua cria.
Não posso ser abandonado.

[Eu]
- Eu vou vencer!

[Medo]
- Volta!
Tua silhueta está desaparecendo do meu horizonte.
Como irei sobreviver sem tolher teus sonhos?
Sem turvar tua vista?
Sem dilapidar teu coração?
Volta!
Não me deixa!
Lá na frente só existe a paz e o acalanto da vitória.
Não me troque por esperanças!

- Volta. Eu sou teu medo...
Volta. Eu sou teu...
Volta. Eu sou...
Volta...”
(Geovane Moraes)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O que eu também não entendo...






O que eu também não entendo: temos um ministro da justiça, que não é Ministro da Justiça. Enquanto a insegurança pública cresce, ameaçando a estabilidade social, preocupa-se em ser advogado da atual gestão político-administrativa, tal qual fosse cabo eleitoral. Certamente, a defesa jurídica não é papel do cargo que ocupa. Cabe, sim, a ele, entre outros múnus, avaliar as causas da crescente crise social, que provoca marginalização de pessoas, as quais são excluídas das oportunidades e da efetivação dos direitos sociais garantidos pela Constituição Republicana, que, diga-se de passagem, ontem, dia 05 de outubro, completou 27 anos. Paralelamente a essa canhestra atuação, a qual, sem dúvidas, já lhe rende, ao menos, um bom questionamento da lisura com que exerce seu posto, pesquisa é publicada dando conta que a Polícia mata cerca de 3.000 pessoas por ano, colocando-nos entre os países mais violentos do mundo, em comparação, por exemplo, com o Reino Unido (a mesma iniciativa não disse quantos policiais são mortos no cumprimento do dever). Ora, nada mais óbvio! A Polícia enfrenta uma guerra civil não declarada que vitima todo e qualquer tipo de cidadão e, em uma guerra, outra postura não existe senão a violência, porque a diplomacia já não guarda mais lugar. Não defendo tal descalabro, mas, perceba: isso é uma constatação fática que independe de prova. A violência está no cotidiano e os números são compatíveis com cenários de guerra. É certo que desvios existem; mas certo também que devem ser coibidos e, pra isso, existem as instituições especiais que não devem folgar com os criminosos, ainda que participantes de seus próprios quadros. Todavia, o julgamento deve levar em conta, também, a falada situação bélica velada. É o desenvolvimento social o único propósito (art. 3.º, da Constituição da República), que pode, de um modo global, reduzir a violência em níveis toleráveis (sim, porque neste mundo sempre haverá violência!), e realizar, não artificialmente, mas de verdade, os desejosos direitos sociais pelos quais a população tanto anseia. Avaliações parciais e incompletas, comparando realidades diametralmente opostas, não servem, senão, para arraigar o desvio de foco e contribuir para que a solução da controvérsia continue a se situar ao longe, servindo de matéria-prima a politiqueiros e oportunistas que enxergam no caos social o momento ideal para levar vantagem. O que precisamos: substituir a ideologia bipolarizada e conveniente das bandeiras atuais, por uma análise crítica e científica (pressupondo imparcialidade e objetivando a melhor solução pra Sociedade), com base na ciência da Criminologia e não no Direito Penal, que visa, apenas punir o crime já cometido, com vistas a se identificar as causas e métodos eficazes de prevenção da violência, em curto, médio e longo prazos... Mas sei que isso, ainda, é utopia, já que é mais sedutor à população o sentimento de vingança e não de Justiça... Porém, enquanto utopia, serve para nos fazer caminhar!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

... Recomeçar...





O olhar, o toque, o cheiro.
A espera pelo demorado beijo.
A angústia pelo tempo ligeiro.
O sonho sonhado de modo fagueiro.
O amigo de cabelo vermêio.
Duas músicas em sequência num tempo veloz.
O nó na garganta que retira a voz.
A vontade de conversarmos a sós.
A incerteza daquilo que será de nós.
A vida fluindo pelo tortuoso veio.
O vento aplacando a beira-mar.
O medo que insiste em te roubar.
A vontade que tenho de tudo isso contar.
Mas apenas me resta... recomeçar.